Localizado na Penha, imóvel fica próximo a comércios, rede de transporte e equipamentos públicos; mais de 600 famílias já deixaram a comunidade
Na manhã desta terça-feira (07/10), mais uma família da Favela do Moinho se mudou definitivamente para seu novo lar: um apartamento localizado na Penha, que agora pertence a Adailda Alves da Costa. A aposentada, de 73 anos, é uma das mais de 880 famílias que aderiram voluntariamente ao plano de reassentamento iniciado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na Favela do Moinho e conquistaram o sonho da casa própria em um lugar seguro e salubre.
A mudança para o novo imóvel era muito aguardada por Adailda. Ela e a irmã, Dinasalva Alves da Costa, de 61 anos, com quem sempre morou, decidiram sair do Moinho logo no início do processo e, desde então, viviam em uma casa custeada pelo auxílio-aluguel na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.“É uma sensação de alegria e felicidade, né? Pois pagar aluguel não dá. Sair de lá é bom, não dá nem para comparar. Eu estava ansiosa para mudar”, comemora a aposentada, avaliando que a entrega do imóvel foi rápida. “Esperei cinco meses para pegar a chave, achei que foi rápido até”, conta.
As irmãs moraram por sete anos em uma residência de madeira na comunidade, período marcado por condições precárias e, muitas vezes, perigosas.
“Eu não gostava de morar em um barraco de tábua. Quando vinha um vento, passávamos muito frio. E na chuva, pingava dentro. Já teve incêndio perto e, quando isso acontecia, saía todo mundo para o campinho. Eu tinha medo de atingir minha casa, sim”, relembra.
Além de conquistar mais conforto e qualidade de vida com a nova casa — que oferece condições de habitabilidade inexistentes na antiga moradia —, a família também passa a contar com a infraestrutura necessária para o desenvolvimento familiar. Localizado próximo ao centro de São Paulo, o novo bairro possui comércio, rede de transporte, equipamentos públicos e saneamento básico. “Eu não perdi nada, eu ganhei. O comércio é aqui atrás. Metrô e ônibus perto, tudo de bom. O centro aqui é próximo também, só andar uma quadra e já chega”, explica. No novo lar, as expectativas da família são as melhores. “Eu só tenho a agradecer a Deus e pedir um tempinho para curtir a casa nova”, brinca, sorridente, Adailda.
Mais de 70% dos moradores já deixaram o Moinho
Até esta terça-feira (07/10), 618 famílias já haviam se mudado da Favela do Moinho — o que representa mais de 70% das que aderiram voluntariamente ao plano de reassentamento estruturado pela CDHU, com o objetivo de levar dignidade e segurança a essa população, historicamente exposta a riscos e condições insalubres. Além disso, outras 765 famílias já possuem a unidade de destino selecionada.
O atendimento às famílias ocorre de duas formas. Na primeira, elas podem optar por apartamentos oferecidos em um leque de 25 empreendimentos, em diferentes estágios: prontos, em construção ou com obras a iniciar. Já a segunda alternativa permite que busquem imóveis por conta própria, em qualquer região do estado, desde que atendam aos parâmetros do programa. Em ambas as possibilidades, os imóveis devem custar até R$ 250 mil, a depender da localização.
Os imóveis são gratuitos para famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil, conforme parceria anunciada entre o Governo do Estado e o Ministério das Cidades, em maio. Quem opta por uma moradia que ainda não está pronta recebe um caução inicial de R$ 2,4 mil e, a partir do mês seguinte, um auxílio-moradia de R$ 1,2 mil. A medida também se estende a moradores que assinaram contrato antes da formalização da parceria. Atualmente, aguarda-se o início da operação da Caixa Econômica Federal, que atuará de forma complementar aos atendimentos já realizados pelo Estado.