A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) vai sediar o encontro anual de Modelagem da Informação da Construção da International Organization for Standardization” (ISO), entre os dias 20 e 23 de outubro. O encontro é organizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da CEE-134, comissão responsável pela elaboração das normas BIM no país.
A agenda presencial dura quatro dias e proporciona uma oportunidade única para que especialistas, representantes de organizações e profissionais de diversas áreas da Construção Civil se conectem, discutam e definam padrões internacionais de diversos setores.
As discussões são conduzidas em três dias de sessões de trabalho com participação exclusiva dos membros integrantes de cada Working Group (WG). Além dessas sessões e debates fechados, há um dia dedicado à Plenary Meeting da ISO, que oferece palestras, networking e a construção de relacionamentos duradouros com entidades governamentais, setoriais, do mercado e da sociedade civil, interessadas no desenvolvimento do BIM. Os participantes têm a oportunidade de interagir com líderes de pensamento, compartilhar experiências e estabelecer parcerias estratégicas.
A ISO, ao promover este encontro anual, reforça seu papel como um catalisador de progresso e inovação, ao mesmo tempo, a CDHU, no processo de implantação de sua estratégia BIM, se conecta com o que há de mais atual no mercado para incorporar ao seu dia a dia de trabalho.
Sobre o BIM
O Building Information Modeling (BIM) proporciona uma visão completa e antecipada de cada fase de uma futura construção. A partir de dados precisos, são criadas modelagens 3D que permitem simular as próximas etapas de uma construção e verificar seus efeitos, adaptando ações para corrigir erros ou impedir consequências indesejáveis na obra antes mesmo de acontecerem. Isso traz maior controle sobre o cronograma, gastos e todo o processo das obras, desde a fase orçamentária, passando pelo desenvolvimento de projetos até a entrega das edificações.
Como consequência da utilização do BIM, há diversas melhorias para a obra, como a melhor qualidade de projetos (estudos apontam uma redução de erros relacionados a mudanças tardias em projetos em cerca de 30%); sustentabilidade e eficiência energética devido à otimização de desempenho energético de edifícios ao simular suas condições e materiais a serem empregados (estimativas apontam que a redução de consumo de energia varia de 15% a 25%); além da redução de custos, que pode chegar a 20%. Outro benefício é a redução de desperdício e diminuição da pegada de carbono.
O Mercado BIM foi avaliado em US$ 4,39 bilhões em 2023, com projeção de crescimento de 15% ao ano até 2033, quando deve movimentar US$ 18,1 bilhões, segundo dados da consultoria Spherical Insights. De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 20,6% das empresas de construção no Brasil utilizavam BIM em março de 2024, contra 9,2% registrado em 2018.
BIM NA CDHU
O uso do BIM, na prática, já tem impactado os mutuários da CDHU. A Companhia entregou, em fevereiro deste ano, sua primeira construção com um projeto piloto das unidades habitacionais e do loteamento desenvolvido em BIM em Borborema, onde foram entregues 72 unidades habitacionais. Nesta primeira experiência, o projeto tradicional foi transformado em BIM para estabelecer os primeiros parâmetros de modelagem. A segunda experiência é o projeto de Águas de Lindóia. Desta vez, a modelagem em BIM foi feita em paralelo ao projeto tradicional, para verificar eventuais ajustes a serem feitos no sistema mais moderno. O sucesso na implantação permitirá, em breve, a projeção em BIM em larga escala. O conjunto de Águas de Lindóia está em início de obras.